quinta-feira, 1 de julho de 2010

A vida vai passando, e a sua graça vai ficando aos pés das boas e más memórias. Você começa a descobrir que é tudo preto no branco e branco no preto. As coisas mais concretas começam a não fazer sentido, e então você vê então que a história da cegonha não é real.
Você, pequena criança não enxerga mais a beleza, pelo menos não a real. E então, pequenina? O que faremos agora? Você seria capaz de atirar seus valores, seus sentimentos e suas lembranças aos sete ventos? Ah, eu sei que seria. Você facilmente se venderia.
O que é a vida, além de seu armário estufado com marcas, além do carro do seu namorado? Ande, me conte agora! Conte-me criança frágil, como fizeste de sua vida tão podre mas tão vistosa?

quinta-feira, 22 de abril de 2010

França, Paris, 15 de janeiro de 1934.



Querido,
Escrevo-te com pressa, preciso ser muito breve. Como já imaginas estão a minha procura... Mas acho que dessa vez dificilmente me encontrarão, estou bem refugiada em um porão, na casa abandonada dos Legrand. Você deve saber onde é aquela com grandes colunas de mármore e um jardim cheio de gardênias, bem, sem as gardênias agora. Os Legrand sumiram do mapa, foram interrogados pelo Füher, provavelmente torturados.
Cuspo na "democracia" francesa que expõe tanto seu povo a interesses alemães! Enfim, escrevo-lhe não com o fim de fazer reclamações políticas, mas sim com o fim de lhe enviar noticias esplendidas.
Recebi a pouco um postal de Mariet, vim então a concluir que seria o nome usado pela nossa menina. Voltei a dormir a noite, as trevas da escuridão já não me assombram mais, já que sei que nossa pequena está a salvo, que a mais de um ano vem usando o mesmo nome, já possui até documentos... Ela diz que não levantou um misero dedo de suspeita.
Alegro-me em dizer que logo você poderá unir-se a ela, aposto que você está morrendo, morrendo de saudades, ela mesma aposta, disse-me isso em seu postal.
Ah, tenho que lhe pedir um ultimo favor, o ultimo dos últimos... Diga a nossa querida menina que eu a amo, e estarei esperando-a sentada na trigésima nuvem à direita, depois da colina de cristais.
Abrace-a por mim.

Com carinho e amor, D.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Juventude antiga.


Como poderei me expressar, como fazer de minhas emoções palavras, sem que ao invés de que sintam o que sinto me chamem de clichê? A um jeito inovador de falar tudo que já foi dito, tudo que já foi sentido? Não há novos sentimentos, não há novas emoções, tudo que fazemos, sentimos, queremos... Para tudo há um antes, nada é novo para o mundo.
Nós sim, nós somos o velho, nós somos o que já foi dito, o que já foi escrito, nós somos o que já houve, e se há agora é somente um clichê.
Um clichê que não interessa a ninguém, a não ser que seja bem maquiado, porque é disso que os seres humanos gostam uma boa cobertura, um básico disfarce para que o velho se transforme em novo, atraindo novamente o interesse da desinteressada humanidade.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Queridas crianças, venho a informar-lhes em nome da administração do Controle Oficial de Doces e Guloseimas, que no dia 4 do mês de abril no ano de 2010, o Sr. Coelho da Páscoa de Olhos Vermelhos e de Pelos Branquinhos, veio a notificar sua ausência em algumas residências. O Sr. Coelho pede desculpas pelo seu erro técnico que será corrigido em breve, e informa que esse constrangimento deve-se a questões pessoais. O Sr. Coelho também faz uma nota, pedindo-vos encarecidamente que não descontem a culpa em seu primo, Lebre de Março, que não tem participação na história.
O Sr. Coelho agradeçe a compreenção de todos, e lembra também que, a favor da Fada dos Dentes, todos que receberam seus ovos devem fazer limpeza na arcada dentaria após o termino do consumo do chocolate.

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sábado, 13 de fevereiro de 2010

Uma apresentação, muitas explicações.

Eu ainda não sei como fazer isso direito, eu acho que não devo direcionar os meus textos postados aqui a alguém, afinal quem leria?
Mas é sempre bom ter algo em mãos, a inspiração surge em momentos inimagináveis, e a sede de que ela seja compreendida sempre esta aqui, comigo. Vai ser bom fingir que tenho um publico...